Low-Code no Brasil: Desafios e Estratégias de Governança para CIOs

Diante da ascensão inevitável do low-code, é imperativo que os CIOs assumam a liderança para estabelecer a governança necessária a orientar a seleção e adoção de plataformas, garantindo a inovação alinhada aos objetivos estratégicos da organização.

O mercado global de desenvolvimento de software Low Code/No Code está ascendendo rapidamente, espelhando as previsões da Gartner. Esse aumento na demanda decorre da busca por tecnologias que permitam a hiper-automação. Soluções agnósticas aos processos, como plataformas de aplicativos de baixo código, robótica e aplicações inteligentes, estão no cerne desse crescimento, projetando-se que representem mais de 65% das operações de desenvolvimento de aplicativos até 2024.

Demanda Crescente

Durante a pandemia do coronavírus, o boom no desenvolvimento de software remoto acelerou o interesse em recursos de programação low-code/no-code, com o mercado global de tecnologias de desenvolvimento low-code avaliado em cerca de $14 bilhões em 2023. Esse aumento reflete uma demanda maior por aplicativos personalizados e o surgimento de desenvolvedores individuais fora das equipes de TI tradicionais. Até o final de 2025, prevê-se que metade dos novos clientes de low-code virá de usuários corporativos fora das organizações de TI.

A aceleração dos negócios digitais está compelindo os líderes de TI a acelerar significativamente a velocidade de execução de aplicativos e o tempo para obtenção de valor. Investimentos substanciais estão sendo feitos em desenvolvimento low-code, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) prevista de 40% até 2025.

Adoção do Low-Code no Brasil

No Brasil, essa tendência global reflete um cenário onde a adoção de low-code/no-code está se tornando cada vez mais relevante. Organizações brasileiras, enfrentando desafios semelhantes de digitalização acelerada e demanda por inovação rápida, estão explorando o low-code como uma solução para superar a escassez de habilidades em TI e acelerar o desenvolvimento de aplicações.

A necessidade de hiper-automação impulsionada pelo negócio e a pressão para a entrega rápida de soluções digitais posicionam o low-code como uma ferramenta estratégica para os CIOs no Brasil, buscando agilidade, eficiência e inovação em seus processos de desenvolvimento de software.

Dados Sobre Crescimento de Low-Code no Brasil

Os dados ilustram essa tendência, com o low-code ganhando espaço no cenário corporativo brasileiro, destacando-se como uma ferramenta promissora para democratizar o desenvolvimento de software e agilizar a entrega de novos projetos. O artigo “LOW-CODE: TECNOLOGIA COMEÇA A SE DEMOCRATIZAR EM EMPRESAS DE DIVERSOS SEGMENTOS“, publicado pelo IT Forum em 2023, evidencia como a adoção do low-code entre executivos e empresas de diversos setores está evoluindo. Refletindo uma tendência marcante na transformação digital das organizações. De fato, a pesquisa realizada pela IT Mídia, envolvendo mais de 500 líderes de tecnologia das principais empresas brasileiras, revela dados significativos sobre a percepção e adoção do low-code no país.

Aproximadamente 20% dos Chief Information Officers (CIOs) consideram o low-code de alta ou muito alta importância, com expectativas de que esse número quase dobre nos próximos anos. Essa mudança de perspectiva é acompanhada por um esforço das empresas em capacitar profissionais de outras áreas no uso do low-code, visando uma maior interação e democratização tecnológica, com 30% das organizações já promovendo essa iniciativa.

Drivers da Adoção do Low-Code

Os motivos que levam à escolha do low-code são diversos e refletem as necessidades e estratégias específicas de cada empresa. No Grupo OCQ, por exemplo, a adoção do low-code foi motivada pela busca de uma ferramenta que facilitasse a integração de sistemas de forma simples, sem a necessidade de um grande contingente de profissionais de TI. Já no Carrefour, a experiência positiva com a agilidade proporcionada pelo low-code na Europa motivou sua implementação no Brasil. Na Piracanjuba, a dificuldade na contratação e retenção de desenvolvedores em um mercado aquecido impulsionou a busca por soluções que permitissem o desenvolvimento com menor necessidade de conhecimento técnico especializado. Esse cenário de experimentação e adaptação reflete a jornada de descoberta e implementação do low-code nas empresas.

Perspectivas Futuras e Desafios

A evolução do low-code é acompanhada por uma mudança na percepção de seu valor e potencial. As plataformas de low-code estão se tornando mais acessíveis e capazes de oferecer funcionalidades mais avançadas, contribuindo para uma rápida expansão de seu uso. Isso está alinhado com a visão dos executivos entrevistados, que veem o low-code como uma tecnologia capaz de transformar a forma como as empresas desenvolvem e gerenciam suas soluções de software de nivel corporativo.

No entanto, para que o low-code alcance seu potencial pleno, é crucial que os CIOs aprofundem seu domínio de conhecimento e acompanhem as tendências, tomando desde já a dianteira na definição das plataformas a serem adotadas. A escolha consciente e estratégica de plataformas de low-code é fundamental para garantir a necessária integração, segurança e eficácia das soluções desenvolvidas, evitando o risco da adoção descoordenada.

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